Cap. 276
Sapo Gordo desaparece resmungando em meio às árvores e o grupo caminha mais um pouco até o padre avisar:
— Podem continuar andando. Preciso mijar e alcanço vocês depois.
Cedro Vermelho adverte: — Não faça isso aqui, vá atrás das árvores.
Padre, com a braguilha aberta: — Que diferença faz? Estamos no meio do mato.
Cedro: — Vocês estão no meio do território do meu povo. Nossa casa. Você gostaria que eu entrasse em sua casa e cagasse no meio da sua sala?
O Padre protesta: — Eu só vou mijar! Mas, tudo bem, vou até as malditas árvores.
Cedro Vermelho dá mais um aviso: — Cuidado para não encostar na planta com pequenas flores brancas.
Padre: — Certo, tentarei não mijar nas suas flores.
— As flores são sagradas? – pergunta Augustus.
— Venenosas. – responde o nativo. — É melhor segurar carvão em brasa e passar pelo corpo do que tocar naquela coisa.
Dr. William, curioso: — Então por que vocês deixam essas plantas perto de onde vivem?
Cedro sorri (mau sinal): — Para ensinar e lembrar meu povo de que devemos manter distância do que é branco.
Augustus: — Como os Windigos.
Cedro: — É, deles também.
Sem identificar se o chefe indígena estava sendo sarcástico ou ameaçador, William também decide ir até as árvores, desviando, no caminho, de tudo o que fosse branco.
Cedro Vermelho e Augustus seguem caminhando e, após uma curva na trilha, se deparam com Chuva Quente e Dente de Lobo.
— Onde está milha filha? – pergunta a mulher em Siksikáí'powahsin. — Onde está Nokomis?
Chuva Quente parece já saber a resposta enquanto encara seu líder.
Augustus reconhece o nome e toma fôlego para participar da conversa, mas trava assim que Cedro Vermelho ergue sua mão e olha para ele com o canto dos olhos quase submersos nas sobrancelhas que se afundam pela testa do nativo em direção ao nariz.
Ele é o líder daquela tribo. É sua a responsabilidade de dar esse tipo de notícia. Cabe a ele o dever de dizer a uma mão que sua filha se foi.
E, dependendo da reação da mulher, lembrar que a culpa é daquele demônio branco.